Quantcast
Channel: O Segredo do Rosário
Viewing all 2932 articles
Browse latest View live

Pureza: Encanto e Formosura

$
0
0

Pequeno artigo sobre a pureza



É puro o lírio, pura a açucena porque são brancos, sem mancha alguma. É pura uma moça que tem a alma branca e o corpo sem mácula. Ser pura é não admitir profanações no corpo, templo de Deus.

"Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?" (I Coríntios 6, 19)
As almas virgens são as delícias de Jesus. No céu está rodeado dum coro de virgens que Lhe cantam um hino que ninguém mais pode cantar. E tu não queres guarda o teu coração puro para dar gosto a Jesus? Não queres gozar da ternura especial que a Mãe de Deus reserva para as almas puras? Não queres ser irmã predileta dos Anjos e dos Santos? Não quer ser venerada pelos próprios homens, que, no fim de contas, desprezam a leviandade e a impureza?

castidade será a tua alegria. Dar-te-á sossego e paz.
O teu coração sentir-se-á satisfeito. No teu rosto brilhará a candura e a felicidade. Serás um anjo, feliz neste mundo e feliz sobretudo no outro. É a promessa de Jesus:

Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus! (São Mateus 5,8)

E a impureza, que dá? A ruína do corpo e a ruína da alma: remorso, vergonha, desonra e quantas vezes, a doença, a morte e o inferno.

"A maior parte das almas vai para o inferno por pecados impuros. Não duvido até afirmar que todos os que se condenam vão para o inferno ou só por este pecado ou pelo menos com este pecado também". (S. Afonso Maria de Ligório)



Queres ser pura? Com a graça de Deus podes sê-la. Basta querer e lutar.

As tentações são muitas? É verdade. Mas a graça dar-te-há força para combater, resistir e vencer. Oxalá não tenha havido manchas na tua vida. Se alguma coisa tiveres a reparar, é sempre tempo de lhe por remédio generoso e enérgico.

Olha para teu futuro. Virás a ser um dia mãe de família? O melhor presente que podes levar para esse estado é a tua inocência. Terás uma vocação mais alta: a virgindade consagrada a Deus na vida religiosa ou mesmo no mundo? Exulta de alegria... O teu Céu começou já na terra.

Ninguém melhor que o Espírito Santo saberá apreciar o valor da castidade. Ora,
Ele diz: "Tudo o que se estima não pode ser comparado com uma alma continente" (Ecli 26, 20)


A castidade segundo os SANTOS:

Santo Efrém chama a castidade de "a vida do espírito";
São Pedro Damião: "a rainha das virtudes"; 

São Cipriano diz que, por meio dela, se alcançam os São Cipriano diz que, por meio dela, se alcançam os triunfos mais esplêndidos. 

São Bernardo: "O homem casto difere do anjo não em razão da virtude, mas da bem-aventurança; se a

castidade do anjo é mais ditosa, a do homem é mais intrépida";
São Basílio:"A castidade torna o 
homem semelhante ao próprio Deus, que é um puro espírito";
Santo Atanásio: "Ó santa pureza, és o templo do Espírito Santo, a vida dos Anjos e a coroa dos 

Santos!".  


Salve Maria Puríssima.
Fonte:

Quatro conselhos dos santos para a educação dos seus filhos

$
0
0
crianca-feliz

Vão aqui quatro preciosos conselhos dos santos para a educação dos seus filhos. Nem todas são exortações muito agradáveis aos ouvidos, mas, com certeza todas serão de grande valor para a sua família.

“Como poderão os filhos ser bons, se os pais não prestam? Só por milagre”. Com essa frase, Santo Afonso de Ligório resume a grave responsabilidade dos pais na formação da consciência de seus filhos. Como ensinou Nosso Senhor, pelos seus frutos os conhecereis. São muitíssimos os nomes de santos que tiveram pais ou mães igualmente virtuosos: Santo Agostinho e Santa Mônica, São Gregório Magno e Santa Sílvia, Santa Catarina da Suécia e Santa Brígida… e a lista se estende. São verdadeiramente almas gigantes, que só puderam se elevar porque receberam uma educação exemplar de seus pais.

Vão aqui quatro conselhos dos santos para você educar os seus filhos. Nem todas são exortações muito agradáveis aos ouvidos, mas, com certeza todas serão de grande valor para a sua família.

1. Ser obediente a Deus
Se queremos saber mandar, temos primeiro de saber obedecer, procurando impor-nos mais com o amor do que com o temor.” (São João Bosco)
Antes de impor a autoridade sobre os filhos, é preciso lembrar que há uma autoridade à qual todos os homens devem obedecer. Tanto maior será o respeito dos filhos por seus pais, quanto maior for o respeito destes ao Pai dos céus. O filho que vê o pai trabalhando, tratando com respeito a sua mulher, cuidando das necessidades da casa e rezando – em suma, cumprindo o seu dever de cristão e pai de família -, não só será dócil às suas instruções, como seguirá o seu exemplo, ao crescer. Portanto, em primeiro lugar, o Reino de Deus, isto é, o cumprimento da Palavra. As outras coisas virão por acréscimo.

2. Corrigir por amor, não por ira
Tome-se como regra nunca pôr as mãos num filho enquanto dura a ira ou cólera; espere-se até que se tenha aquietado por completo.” (Santo Afonso de Ligório)
“Quando, porém, se tornarem necessárias medidas repressivas, e consequentemente a mudança de sistema, uma vez que certas índoles só com o rigor se podem dominar, cumpre fazê-lo de tal maneira que não apareça o mínimo sinal de paixão.” (São João Bosco)
Os conselhos de Santo Afonso e São João Bosco são o mesmo conselho do Autor Sagrado: “Vós, pais, não provoqueis revolta nos vossos filhos” (Ef 6, 4). Se é verdade que, como adverte o Livro dos Provérbios, “quem poupa a vara, odeia seu filho” (13, 24), também é verdade que toda correção deve ser feita de modo racional e equilibrado, inspirada pelo amor, não pela ira. Caso contrário, também a criança aprende a irar-se, sem que mude de comportamento. Aqui, é importante evitar não só as agressões físicas, mas também os gritos e as palavras exasperadas, que mais servem para intimidar as pessoas que para melhorar o seu caráter.

3. Dar bom exemplo
Os pais estão igualmente obrigados a dar bom exemplo a seus filhos.Estes, principalmente quando pequenos, imitam tudo o que veem, com a agravante de seguirem mais facilmente ao mal, ao qual nos sentimos inclinados por natureza, que o bem, que contraria nossas inclinações perversas. Como poderão os filhos comportar-se irrepreensivelmente, se ouvirem seus pais blasfemar a miúdo, falar mal do próximo, injuriá-lo e desejar-lhe mal, prometer vingar-se, conversar sobre coisas indecentes e defender máximas ímpias, como estas: Deus não é tão severo como dizem os Padres; ele é indulgente com certos pecados, etc.? O que se tornará a filha que ouve sua mãe dizer: É preciso deixar-se ver no mundo e não se enclausurar como uma freira em casa? Que bem se pode esperar dos filhos que veem o pai o dia inteiro sentado na taberna e, depois, chegar bêbado a casa, ou então visitar casas suspeitas, confessando-se uma só vez no ano ou só muito raramente? S. Tomás diz que tais pais, de certo modo, obrigam seus filhos a pecar.” (Santo Afonso de Ligório)

As palavras de Santo Afonso são suficientemente claras. Aqueles que dão mau exemplo de vida, “de certo modo, os obrigam seus filhos a pecar”. Se essa sentença é verdade para o mal, também o é para o bem. Pais que vivem uma vida de oração e virtudes excitarão o coração de seus filhos para o serviço de Deus e das almas. O casal de beatos Luís Martin e Zélia Guérin educou tão bem suas cinco filhas, que todas elas se tornaram religiosas, entre elas Santa Teresinha do Menino Jesus, que é doutora da Igreja.
O pai que, lendo essas linhas, lamentou não ter dado uma boa educação a seus filhos – pois não tinha conhecido Nosso Senhor quando começou a sua família – deve, antes, louvar a Deus pelo conhecimento que agora tem e ainda pode dar a seus filhos, por meio de conselhos. É preciso, agora, buscar a conversão da própria família, sobretudo com uma vida de muita oração e penitência, evitando inquietações e escrúpulos desnecessários, afinal, Deus não nos pede conta daquilo que ignoramos. Uma vez conscientes da Sua vontade, todavia, é importante trabalhar com temor e tremor na própria salvação e na dos outros, sabendo que a quem muito foi dado, muito será cobrado.

4. Agir com prudência e vigilância
“Os pais são os culpados, pois quando se trata de seus cavalos, eles mandam aos cavalariços que cuidem bem deles, e não deixam que cresçam sem serem domados, e desde cedo põem neles freio e outros arreios. Mas quando se trata de seus filhos jovens, deixam-nos soltos por todas as partes durante muito tempo, e assim perdem a castidade, se mancham com desonestidades e jogos, e desperdiçam o tempo com espetáculos imorais. (…)Cuidamos mais de nossos asnos e de nossos cavalos, do que de nossos filhos. O que possui uma mula, se preocupa em encontrar um bom cuidador, que não seja nem rude, nem desonesto, nem ébrio, mas um homem que conheça bem o seu ofício. Todavia, quando se trata de procurar um professor para a alma da criança, contratamos o primeiro que aparece. E, no entanto, não há arte superior a esta. O que é comparável à arte de formar uma alma, de plasmar a inteligência e o espírito de um jovem? Quem professa esta ciência deve proceder com mais cuidado que um pintor ou um escultor ao realizar sua obra.” (São João Crisóstomo)

São João Crisóstomo viveu no século IV, mas esse conselho é válido sobretudo para os nossos tempos, em que as crianças são entregues a um sistema educacional corrompido, muitas vezes com a displicência dos pais, que querem passar toda a sua responsabilidade de educá-las para o Estado.
“Quando se trata de procurar um professor para a alma da criança, contratamos o primeiro que aparece”. Essa sentença convida todos os pais a um exame de consciência: como me relaciono com a escola dos meus filhos? Sei ou procuro saber o que os professores estão passando para eles, quais livros estão sendo usados para a sua instrução e como é o ambiente em que convivem? Em casa, deixo os meus filhos jovens “soltos por todas as partes”, deixando que façam o que querem, sem freios e sem disciplina? Converso com eles com frequência, agindo verdadeiramente como pai? O exame deve incluir, evidentemente, o propósito de agir com mais pulso e cuidado na orientação da prole.
É preciso empregar muita diligência nesses exames, pois, como diz Santa Teresinha do Menino Jesus, as crianças “são como uma cera mole sobre a qual se pode depositar tanto as impressões das virtudes como do mal”, e os primeiros responsáveis por moldar essas pequenas almas são justamente os pais. A santa religiosa de Lisieux exclamava: “Ah! quantas almas chegariam à santidade se fossem bem dirigidas!…”
Lembremo-nos sempre que Deus pedirá conta daquilo que fizemos com as almas de nossos filhos e peçamos a Sua graça para imitarmos a Sagrada Família de Nazaré, na qual Nosso Senhor cresceu, rodeado de carinho, atenção e amor.

Por Equipe Christo Nihil Praeponere

Referências
  1. São João Bosco, Circular sobre os Castigos, 1
  2. Pe. Saint-Omer, C.Ss.R. (org.), Escola da Perfeição Cristã, p. 161
  3. São João Crisóstomo, Homilias sobre o Evangelho de São Mateus, LIX, 7
  4. Santa Teresinha do Menino Jesus, História de uma Alma, Manuscrito A, 52v-53r

Inculcar nas crianças a modéstia nos trajes – UM DEVER DA MÃE!

$
0
0
rp_b96fd-521869_portrait-of-a-mother-and-a-daughter.jpg“Guarda-te cuidadosamente das vaidades e afetações, das curiosidades e das modas levianas. Observa as regras da simplicidade e modéstia, que são indubitavelmente o mais precioso ornamento da beleza e a melhor escusa da fealdade.” (São Francisco de Sales)
Nos vestidos há a aparência, a qualidade, a utilidade, a comodidade e a verdadeira estética ou elegância. Deve a dona de casa estudar esses vários pontos de vista e lhes dar o valor competente.
Solidez e duração, facilidade de lavagem e de reforma – eis aí outros critérios a serem ouvidos. Higiene e elegância – note-se essas duas normas toda leitora razoável e prudente. Há ainda, para a cristã sobretudo a moral que deve ser respeitada. A maior inimiga da moral é a moda, quase sempre. A moda, a terrível tirana das mulheres, outra coisa não é do que um reclame luminoso para chamar fregueses e dinheiro às casas do gênero.
Um estofo diferente, um corte novo, uma forma bizarra para o chapéu, uma cor inesperada para o cinto, etc., e está pronto o reclame comercial. E tudo para desassossego das cabeças femininas, desequilíbrio dos bolsos dos maridos…
Como inculcar nas filhas a modéstia nos trajes quando cultivas o nu artístico ao te vestires?
Vestidos das crianças
Importantíssimo capítulo recorda este título. Há muito crime cometido contra o pudor das crianças. Muitas mães exploram “a inocência” dos seus pequenos. (Esta inocência hoje em dia, parece que vai morrendo depressa). Fazem-no com enorme prejuízo e dano sempre. Por mais encanto que sinta a mãezinha ante as carnes macias e rosadas dos filhinhos, não deve, contudo, descuidar da defesa natural da modéstia, que são os vestidos.
… Peito, bracinhos e perninhas estão à mostra, parece, até, que nem sequer fica velado aquilo, que pequena peça do vestuário se esforça por esconder e os descuidos da criança não defendem de vistas dos companheiros, dos grandes. Sem nada desconfiar, seu filhinho ou filhinha, leitora, não estabelece nenhuma diferença moral no uso das várias partes do seu corpinho. Trata-as com a mesma ingênua desenvoltura. Vai-se assim formando o hábito de considerar como irreais as exigências da pureza.
Em crescendo, veremos a criança desfazer-se de certos cuidados e alargar os limites da liberdade. A experiência diária vive mostrando como o costume de viver com pouca roupa acaba por se tornar tão natural.
Não diz tanta moça, se a censuram por causa dos decotes: Mas que mal há nisso? A pobrezinha sempre se viu com pouco vestido, desde que se conhece como gente. Para mudar-lhe a imodéstia, seria necessário reeducá-la.
Compreendo, leitora, certas dificuldades no caso. Os vestidos custam dinheiro, as crianças crescem depressa, tornando imodesto um vestido que ontem era modesto. Dizes que não podes gastar tanto, etc. Mas, se tiveres uma consciência bem prevenida, acharás sempre um jeitinho de atalhar o mal.
Em todo caso capricha para que as leis da Igreja sejam observadas no templo, quando teus filhos vão à comunhão e às cerimônias religiosas. Lembra-te que a precocidade sexual dos pequenos é um fato, nestes dias de tanta infiltração imoral, pelo cinema (TV), pelas conversas e pelas revistas e quadros…
“Os olhos das mães não são feitos como os das outras pessoas. Descobrem à distância e na sombra, podem ler até nos corações… Oxalá a experiência não desmentisse tal afirmação! para que isso não aconteça, é preciso que a vigilância se estenda sobre tudo que possa fazer correr algum perigo às crianças…”
As três chamas do lar – Pe. Geraldo Pires de Souza
Fonte:

Padre Pio: Calvário e Salvação

A alma abandonada deve contar com a perseguição

$
0
0
pessoa“Os que quiserem viver piedosamente em Jesus Cristo sofrerão perseguição”. (II Tim 3,12) 
É São Paulo quem o diz sob a inspiração do Espírito Santo.
Nos começos, a alma naturalmente boa acha que na vida tudo lhe sorri. Entrega-se descuidada ao que lhe agrada e atrai. Julga que todos os homens são retos e simples como ela. Esta ilusão dura pouco. Em breve constata que o amor que lhe manifestam, a bondade com que a tratam não andam sem mistura e muitas vezes não passam de um verniz, de uma aparência, digamos de um véu, sob o qual se esconde muitas vezes o egoísmo. 
Quanto mais lida com os homens, mais descobre em muito deles a frieza de coração, a pequenez de sentimentos, e estreiteza de vistas. Esses defeitos, pode encontrá-los mesmo naqueles que lhe parecem virtuosos e instruídos. E a verdade é que, por uma série de experiências pessoais, acaba por constatá-los em si própria.
E não se engana. Todo homem é por natureza limitado em todos os sentidos: em inteligência, prudência, reflexão e conselho.
O amor-próprio egoísta amesquinha extraordinariamente o coração humano; e o mesmo faz a ambição com o espírito. A mesquinhez e estreiteza de vistas, a obstinação nas próprias opiniões desfiguram as melhores almas. Muitas vezes, sem dúvida, estes defeitos não são culpáveis, mas são reais e com frequência tornam difícil o convívio prolongado, mesmo entre pessoas que têm o mesmo nível espiritual ou no seio da família.
Sabe-se muito bem que, de parte em parte, as intenções são excelentes, mas os pontos de vista e os temperamentos diferem. De parte a parte, a vontade é boa, mas o modo de ver as coisas é diverso e, muitas vezes, contraditório.
Se a dificuldade se limitasse a esses atritos e incompatibilidades de gênio e opinião, seria suportável; bastaria uma virtude comum para vencê-la. Mas acontece que essa surda divergência se sentimentos e pontos de vista rompe em oposição confessada, em alerta desaprovação.
A alma bem-intencionada sente-se rodeada de suspeitas, contrariada, tolhida nos seus melhores propósitos. Julgando chegar a Deus por um simples movimento do coração, vê-se objeto de desconfianças, censuras. Esses amigos, colegas ou familiares não toleram que ela se comporte de modo diferente dos outros, que se dedique à oração e a outras práticas espirituais, que se prive de certos divertimentos ou corte algumas relações que eles julgam necessárias.
E não se limitam a julgar e comentar. Se a alma persiste na sua linha de conduta, começa a perseguição, ora velada, ora às claras. Movem todos os recursos para demovê-la e paralisá-la: a zombaria, os comentários desfavoráveis e até, por vezes, a calúnia.
A perseguição nem sempre tem este caráter agudo; permanece muitas vezes latente e surda. Há mesmo almas que não chegam a ser atingidas, seja porque a sua situação, o comportamento inatacável e o ascendente das suas virtudes desarmam ou paralisam o inimigo, seja porque a sua vida sem alardes as subtrai a essas investidas.
É fora de dúvida, porém, que em geral as almas interiores devem contar, mais cedo ou mais tarde, com a prova da oposição sob esta ou aquela forma, e estar preparadas para enfrentá-la com proveito. 
 O dom de si – vida de abandono em Deus - Pe. Joseph Schrijvers.
Fonte:

Catequese sobre a Oração - Padre Marcelo Gabert Masi

O Terço e o Rosário

$
0
0

O TERÇO E O ROSÁRIO



                                                                                                                                          FONTE


“O Rosário é para todos uma fonte de benefícios inapreciáveis. Eleva-nos insensivelmente ao conhecimento perfeito de Jesus Cristo, purifica as nossas almas do pecado, abrasa-nos do amor a Nosso Senhor e enriquece-nos de graças e de méritos”
(S. Luís Maria Grignion de Montfort).

A Santa Igreja sempre nos ensinou que o Terço é uma oração completa, pois abrange a oração vocal, a meditação e a contemplação dos mistérios de Deus. Nossa Senhora, nossa Mãe, em todas as ocasiões em que se dignou aparecer aos seus mais humildes filhos (La Salette, Lourdes, Fátima) sempre insistiu para que rezássemos todos os dias o Santo Terço. Se é verdade que algumas pessoas encontram certa dificuldade em rezá-lo, também é certo que aquelas que conseguiram vencer estas dificuldades testemunham da riqueza de graças que descobriram ao passar a rezá-lo com freqüência. Nada mais saudável para as famílias do que reunir os filhos em torno da imagem de Nossa Senhora para dirigir a Ela nossas súplicas, no meio de tantas necessidades e perigos.




“No Rosário tenho encontrado os atrativos mais suaves, mais eficazes e mais poderosos para me unir com Deus!”

(Santa Teresa de Jesus)

Nossa Senhora do RosárioO Santo Rosário foi dado á Igreja por São Domingos que o recebeu da Bem Aventurada Virgem Maria como um meio poderoso de converter os albigenses e outros pecadores. Uma noite, enquanto estava em oração profunda, Nossa Senhora lhe apareceu, com o Rosário na mão, e lhe disse: “Tenha bom ânimo, Domingos. O remédio para os males que lamentas será a meditação na vida, morte e glória do meu Filho, unindo tudo isto com a recitação da Ave Maria, através da qual o milagre da redenção foi anunciado ao mundo. Esta devoção, que tu ensinarás pela pregação, é muito considerada por meu Filho e por Mim. Com ela os fiéis obterão vantagens, e sempre me encontrarão pronta a ajudá-los nos seus desejos. Este é o dom precioso que deixo para ti e para os teus filhos espirituais“.
Desde quando São Domingos estabeleceu a devoção ao Santo Rosário e o Bem-aventurado Alano de la Roche o restabeleceu em 1460, ele foi chamado de O Saltério de Jesus e Maria, devido ao fato de possuir o mesmo número de saudações angélicas (Ave-Marias) como os 150 Salmos de Davi.
A palavra Rosário quer dizer “coroa de rosas”, ou seja, toda vez que se reza o Santo Rosário de maneira devota, coloca-se uma coroa de 153 rosas vermelhas e dezesseis rosas brancas nas cabeças de Jesus e Maria.Nossa Senhora de Fátima A rosa é a rainha das flores e o Rosário, depois da Santa Missa, é a melhor das devoções, pois é uma obra direta da Santíssima Trindade e não foi feito através de um instrumento humano.
No Brasil temos um belo e heróico exemplo das graças e bênçãos recebidas pela oração do Santo Rosário. Em 1964, católicos – homens e mulheres – vão às ruas com o Terço nas mãos pedir, pela intercessão da Virgem Santíssima, para que o mal do comunismo se afastasse de nosso país. “Com o Rosário nada tememos”, eram os dizeres das faixas que ajudaram a garantir a vitória frente à maldição comunista. A vitória de Nossa Senhora.

“O Rosário é, pelas almas, como o Pão Espiritual de cada dia”
(Irmã Lucia).

“Rezai o Terço todos os dias”(Nossa Senhora de Fátima).

Método para rezar o Santo Terço ou Rosário:


O Rosário é formado por 150 Ave-Marias, o Terço por 50 Ave-Marias.

Persignar-se:

Pelo sinal  da santa cruz, livrai-nos, Deus  Nosso Senhor, dos nossos  inimigos.

Em nome do Pai , e do Filho  e do Espírito Santo . Amém.

Oferecimento:

Divino Jesus, nós Vos oferecemos este Terço que vamos rezar, contemplando os mistérios de nossa Redenção. Concedei-nos, pela intercessão de Maria, Vossa Mãe Santíssima, as virtudes que nos são necessárias para bem rezá-lo e a graça de ganhar as indulgências anexas a esta devoção.
Oferecemos-Vos particularmente este Terço …(intenções).

Rezar o Credo, segurando a cruz do Terço:

Creio em Deus Pai, todo poderoso, Criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo um só seu Filho, Nosso Senhor: o qual foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu aos infernos, ao terceiro dia ressurgiu dos mortos, subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai Todo Poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.

Rezar 01 Pai Nosso03 Ave Marias e 01 Glória em honra da Santíssima Trindade:

Jesus e Maria 01 - JesusPai nosso, que estais no céu,
santificado seja o Vosso Nome;
venha a nós o Vosso reino;
seja feita a Vossa vontade,
assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje,
e perdoai-nos as nossas dívidas,
assim como nós perdoamos aos nossos devedores;
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal. Amém.

Jesus e Maria 01 - MariaAve Maria, cheia de graça,
o Senhor é convosco;
bendita sois vós entre as mulheres
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós, pecadores,
agora e na hora de nossa morte. Amém.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Assim como era no princípio, agora e sempre, e por todos os séculos dos séculos. Amém.

Antes de cada dezena, faz-se o oferecimento do mistério, dando-se os frutos correspondentes. Pode-se fazer uma curta meditação sobre o mistério, lida no livro O mês do Rosário, do Pe. Emmanuel, ou similar. Reza-se o Pai Nosso, as dez Ave Marias e o Glória.

No fim de cada dezena reza-se a oração que o anjo ensinou aos pastorinhos de Fátima:

Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu, principalmente as que mais precisarem.

Os Mistérios do Rosário e seus frutos:

Mistérios Gozosos (às segundas e quintas-feiras)

Anunciação do Anjo a N. Senhora – fruto: A humildade
Visitação a Santa Isabel – fruto: A caridade fraterna
Nascimento de Jesus – fruto: O espírito de pobreza
Apresentação de Jesus no templo – fruto: A castidade e a obediência
Perda e o encontro do Menino Jesus – fruto: A procura de Deus em todas as coisas

Mistérios Dolorosos (às terças e sextas-feiras)
A agonia no Jardim das Oliveiras – fruto: A detestação dos pecados
A flagelação de Nosso Senhor – fruto: A mortificação da carne
A coroação de espinhos – fruto: A mortificação do orgulho
Jesus carrega a Cruz ao Calvário – fruto: A paciência nas tribulações
A crucifixão e morte de Nosso Senhor – fruto: A mortificação do espírito

Mistérios Gloriosos (às quartas-feiras, sábados e domingos)
A Ressurreição de N. Senhor – fruto: A Fé
A Ascenção ao Céu – fruto: A Esperança e desejo do céu
A vinda do Espírito Santo – fruto: A Caridade
A Assunção de N. Senhora – fruto: A graça de uma boa morte
A Coroação de N. Senhora – fruto: A devoção filial por N. Senhora

No final do Terço reza-se a Salve Rainha que poderá ser precedida doagradecimento seguinte:

Infinitas graças Vos damos, Soberana Rainha, pelos benefícios que todos os dias recebemos de Vossas mãos liberais. Dignai-Vos, agora e sempre, tomar-nos debaixo de Vosso poderoso amparo, e para mais Vos obrigar, Vos saudamos com uma Salve Rainha.

Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva; a Vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia pois, advogada nossa, esses Vossos olhos misericordiosos a nós volvei; e depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do Vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria.

V. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Reza-se, por fim, a Ladainha de Nossa Senhora e a Oração à São José.
Jesus coroado de espinhos
Senhor, tende piedade de nós.Jesus Cristo, tende piedade de nós.Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.Jesus Cristo, atendei-nos.
Pai Celeste que sois Deus, tende piedade de nós.Filho Redentor do mundo que sois Deus, tende piedade de nós.Espírito Santo que sois Deus, tende piedade de nós.Santíssima Trindade que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Jesus Crucificado
Sangue Divino de Meu Redentor, adoro-Vos e  venero com grande amor!
Santa Maria, rogai por nós.Santa Mãe de Deus,
Santa Virgem das virgens,
Mãe de Jesus Cristo,
Mãe da divina graça,
Mãe puríssima,
Mãe castíssima,
Mãe Imaculada,
Mãe intemerata,
Mãe amável,
Mãe admirável,
Mãe do bom conselho,
Mãe do Criador,
Mãe do Salvador,
Virgem prudentíssima,
Virgem venerável,
Virgem louvável,
Virgem poderosa,
Virgem clemente,
Virgem fiel,
Espelho de justiça,
Sede da sabedoria,
Causa da nossa alegria,
Vaso espiritual,
Vaso digno de honra,
Vaso insigne de devoção,
Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!
Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!
Rosa mística,
Torre de David,
Torre de marfim,
Casa de ouro,
Arca da aliança,
Porta do Céu,
Estrela da manhã,
Saúde dos enfermos,
Refúgio dos pecadores,
Consoladora dos aflitos,
Auxílio dos cristãos,
Rainha dos Anjos,
Rainha dos Patriarcas,
Rainha dos Profetas,
Rainha dos Apóstolos,
Rainha dos Mártires,
Rainha dos Confessores,
Rainha das Virgens,
Rainha de todos os santos,
Rainha concebida sem pecado original,
Rainha assunta ao Céu,
Rainha do sacratíssimo Rosário,
Rainha da Paz,

Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo,
perdoai-nos Senhor.
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo,
ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo,
tende piedade de nós.
V. Rogai por nós, santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos:Senhor Deus, nós Vos suplicamos que concedais aos Vossos servos perpétua saúde de alma e de corpo; e que, pela gloriosa intercessão da bem-aventurada sempre Virgem Maria, sejamos livres da tristeza do século e gozemos da eterna alegria. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

Sub tuum Praesidium:À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades; mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita. R. Amém.

Mês do SS.mo Rosário (1 de outubro a 2 de novembro):
V. Rogai por nós, Rainha do Sacratíssimo Rosário,
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oração a São José:São JoséA vós, S. José, recorremos em nossa tribulação e, depois de ter implorado o auxílio de Vossa Santíssima Esposa, cheios de confiança solicitamos também o Vosso patrocínio. Por este laço sagrado de caridade que Vos uniu à Virgem Imaculada Mãe de Deus, e pelo amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente Vos suplicamos que lanceis um olhar benigno para a herança que Jesus Cristo conquistou com seu Sangue, e nos socorrais em nossas necessidades com o Vosso auxílio e poder. Protegei, ó Guarda providente da Divina Família, a raça eleita de Jesus Cristo. Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício. Assisti-nos do alto do céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas; e assim como outrora salvastes da morte a vida ameaçada do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas de seus inimigos e contra toda adversidade. Amparai a cada um de nós com o Vosso constante patrocínio a fim de que, a Vosso exemplo e sustentados por Vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter no céu a eterna bem-aventurança. Amém.
NS - Virgen_de_Fatima
“Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará”.
Ajude a divulgar esta devoção propagando este folheto.
Apostolado: Católicos Alerta!

Conheçam La Salette

$
0
0
Pe. Dr. Simão Baccelli, M.S.
Livro de 1953 - 324 págs


Excertos dos Prefácios
"Há muito que se sentia a falta de um livro que, em nossa língua, oferecesse orientação segura sobre a notável aparição de Maria Santíssima na montanha de La Salette. E o Pe. Dr. Simão Baccelli, em boa hora, veio preencher essa lacuna. Ninguém melhor do que ele Poderia dar-nos uma obra tão perfeita, pois conheceu pessoalmente Melânia, a vidente, com quem conversou longamente."

"Maximino e Melânia ouviram vaticínios sombrios. Se os pecadores não mudassem de rumo, a justiça de Deus desabaria sobre a terra. E os fenômenos que se realizaram a seguir, martirizando o povo, demonstraram, com clareza de luz meridiana, que a visão da montanha foi pura realidade sobrenatural."
"O católicos do Brasil vos serão gratos por lhes fazerdes conhecer o acontecimento de La Salette sob seu verdadeiro aspeto, despojando-o de tudo o que certos espíritos, e não dos menores, tentaram acrescentar-me nestas últimas décadas, sob inspiração do pretendido segredo de Melânia."
"Queira Deus que a vossa obra suscite novo impulso na devoção mariana tão fortemente evocada na Aparição de La Salette, devoção que reanima nossa fé e nossa confiança no amor misericordioso de Maria para com as nossas pobres almas pecadoras e nos concita a coadjuvá-la com nossas orações e nossos sacrifícios a afastar da nossa infeliz humanidade os justos castigos de Deus!"
~ * ~

ÍNDICE

Prefácios

Primeira Parte
O Grande Acontecimento

Segunda Parte
Os Adversários da Santa Aparição suas Falsas Alegações

Terceira Parte
Os Videntes

Quarta Parte
Manifestações e Monumentos de Fé no Monte da Santa Aparição

Quinta Parte
Obras Religiosas Oriundas da Aparição de Nsa. Sra. de La Salette

Sexta Parte
Difusão do culto da Nsa. Sra. de Salette pelo Mundo Inteiro


Link para download;


Fonte do livro excelente blog:

Alexandria Católica


Da vida interior

$
0
0
DSC_3181_2_3_4_5_tonemapped1.  O reino de Deus está dentro de vós, diz o Senhor (Lc 17,21). Converte-te a Deus de todo o coração, deixa este mundo miserável, e tua alma achará descanso. Aprende a desprezar as coisas exteriores e entrega-te às interiores, e verás chegar a ti o reino de Deus. Pois o reino de Deusé a paz e o gozo no Espírito Santo (Rom 14, 17), que não se dá aos ímpios. Virá a ti Cristo para consolar-te, se lhe preparares no teu interior digna moradia. Toda a sua glória e formosura está no interior (Sl 44,14), e só aí o Senhor se compraz. A miúdo visita ele o homem interior em doce entretenimento, suave consolação, grande paz e familiaridade sobremaneira admirável.
2.  Eia, alma fiel, para este Esposo prepara teu coração, a fim de que se digne vir e morar em ti. Pois assim ele diz: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e viremos a ele e faremos nele a nossa morada (Jo 14,23). Dá, pois, lugar a Jesus e a tudo mais fecha a porta. Se possuíres a Cristo, estarás rico e satisfeito. Ele mesmo será teu provedor e fiel procurador em tudo, de modo que não hajas mister de esperar nos homens. Porque os homens são volúveis e faltam com facilidade à confiança, mas Cristo permanece eternamente (Jo 12,34), e firme nos acompanha até ao fim.
3.  Não se há de ter grande confiança no homem frágil e mortal, por mais que nos seja caro e útil; nem nos devemos afligir com excessos, porque, de vez em quando, nos contraria com palavras ou obras. Os que hoje estão contigo amanhã talvez sejam contra ti, e reciprocamente, pois os homens mudam como o vento. Põe toda a tua confiança em Deus, e seja ele o teu temor e amor; ele responderá por ti, e fará do melhor modo o que convier. Não tens aqui morada permanente  (Hbr 13,14), e onde quer que estejas, és estranho e peregrino; nem terás nunca descanso, se não estiveres intimamente unido a Jesus.
4.  Para que olhas em redor de ti, se não é este o lugar de teu repouso? No céu deve ser a tua habitação, e como de passagem hás de olhar todas as coisas da terra. Todas passam, e tu igualmente passas com elas; toma cuidado para não te apegares a elas, a fim de que não te escravizeme percam. Ao Altíssimo eleva sempre teus pensamentos, e a Cristo dirige súplica incessante. Se não sabes contemplar coisas altase celestiais, descansa na paixão de Cristo e gosta de habitar em suas sacratíssimas chagas. Pois, se te acolheres devotamente às chagas e preciosos estigmas de Jesus, sentirás grande confortoem tuas mágoas, não farás mais caso do desprezo dos homens e facilmente sofrerás as suas detrações.
5.  Cristo também foi, neste mundo, desprezado dos homens, e em suma necessidade, entre os opróbrios, o desampararam seus conhecidos e amigos. Cristo quis padecer e ser desprezado; e tu ousas queixar-te de alguém? Cristoteve adversidade e detratores; e tu queres ter a todos por amigos e benfeitores? Como poderá ser coroada tua paciência, se não encontrares alguma adversidade? Se não queres sofrer alguma contrariedade, como serás amigo de Cristo? Sofre com Cristo e por Cristo, se com Cristo queres reinar.
6.  Se uma só vez entraras perfeitamente no Coração de Jesus e gozaras um pouco de seu ardente amor, não farias caso do teu proveito ou dano, ao contrário, te elegrarias com os mesmos opróbrios; porque o amor de Jesus faz com que o homem se despreze a si mesmo. O amante de Jesus e da verdade, e o homem deveras espiritual e livre de afeições desordenadas, pode facilmente recolher-se em Deus, e,elevando-se em espírito, acima de si mesmo, fruir delicioso descanso.
  • Aquele que avalia as coisas pelo que são, e não pelo juízo eestimação dos outros, este é o verdadeiro sábio, ensinado mais por Deus que pelos homens. Quem sabe andar recolhido dentro de si, e ter empequena conta as coisas exteriores, não precisa escolher lugar nem aguardar horas para se dar a exercícios de piedade. O homem interior facilmente se recolhe, pois nunca se entrega de todo às coisas exteriores. Não o estorvam trabalhos externos nem ocupações, às vezes necessárias, mas ele se acomoda às circunstâncias, conforme sucedem. Quem tem o interior bem disposto e ordenado não se importa com as façanhas e crimes dos homens. Tanto o homem se embaraça e distrai, quanto se mete nas coisas  exteriores.
7.  Se foras reto e puro, tudo te correria bem e se voltaria em teu proveito. Mas, porque ainda não estás de todo morto a ti mesmo, nem apartado das coisas terrenas, por isso muitas coisas te causam desgostos e perturbações. Nada mancha tanto e embaraça o coração do homem como o amor desordenado às criaturas. Se renunciares às consolações exteriores, poderás contemplar as coisas do céu e gozar a miúdo da alegria interior.
Imitação de Cristo – Tomás de Kempis
Fonte:

Força e ternura do amor salvador

$
0
0
shrtDas alturas da visão de Deus, o amor de Cristo desce em nossas almas e, nesse amor de Jesus por nós, encontramos, unidas, características tão diferentes: a mais profunda ternura e a força mais heróica.
A terna misericórdia do Salvador para com as almas não se desmente em nenhum instante, apesar de todas as ingratidões, contradições e ódios que Ele encontrou em Seu caminho.
Quanto a nós, temos facilmente uma terna afeição a raras pessoas da família ou a um amigo: mas quase sempre essa ternura é inteiramente sensível, superficial; não chega até a alma daqueles que amamos. Rezamos muito por eles? — Além do mais, essa afeição é freqüentemente tão estreita quanto superficial: nós a reservamos para alguns íntimos; como ela é fraca, perderia sua relativa intensidade se se espalhasse. Nosso coração é pobre, avaro em sua afeição: os indiferentes ficam de fora, e com maior razão os que nos ofenderam, feriram; somos até duros com eles e, às vezes, impiedosos.
A ternura sobrenatural de Cristo pelas almas é profunda, porque visa primeiro a alma, desejando-lhes a vida eterna; e ao mesmo tempo ela é universal, imensa, se estendendo a todos.Jesus é, como Ele afirma, o Pastor das almas; todas podem tornar-se ovelhas de seu rebanho. Ele as conhece todas, chama-as nominatim, cada um por seu nome [1], protege-as contra o inimigo, inquieta-se pelas ausentes, corre à procura delas e carrega-as em seus ombros.Um dos maiores sinais de sua vinda é este: “Os pobres são evangelizados”[2]. Eles têm, como as crianças, um lugar especial em sua afeição. Ele não teme comprometer Sua dignidade ao admiti-los perto de si; expõe-lhes com bondade a doutrina da salvação e até os serve. É entre os pobres e os humildes que escolhe seus apóstolos; na Quinta-Feira Santa se humilha diante deles, lava e beija seus pés para fazê-los entender melhor o preceito do amor fraternal. Cor Jesu, deliciae Sanctorum omnium, miserere nobis.
O que diz Ele aos pecadores? — “Vinde a mim todos os que estão fatigados e vos achais carregados, e eu vos aliviarei” (Mt. 11, 28). Ele tem piedade da grande miséria para onde o pecado os conduziu; leva-os ao arrependimento sem julgá-los com severidade. Ele é o pai do pródigo, abraça o filho infeliz por sua falta; perdoa a mulher adúltera que os homens se apressavam a lapidar; recebe Madalena arrependida, abre-lhe imediatamente o mistério de Sua vida íntima; fala da vida eterna à samaritana apesar de sua conduta; promete de imediato o céu ao bom ladrão. Realmente se realizam n’Ele as palavras de Isaías: “Ele não quebrará a cana rachada, nem apagará a mecha que ainda fumega.” [3]
Ele sem dúvida repreende com muita veemência os fariseus que se obstinam em seu orgulho; mas é porque quer preservar as almas, afastá-las de sua influência, e também quer dar aos fariseus uma última advertência, que ainda os salvaria se eles não se endurecessem em seu orgulho. Advertindo-os assim, Jesus ainda os ama; até lhes dá uma graça que torna para eles realmente possível o cumprimento do dever.
Esse amor de Cristo não perde sua ternura, estendendo-se a todas as almas; ele abraça todas as nações e todos os tempos. Nosso Senhor tem sem dúvida suas preferências por um São João, por Zaqueu, pelo bom ladrão, mas permanece aberto a todos. “Ele morreu por todos os homens”, diz São Paulo (II Cor. V, 14-15). Muitos se afastaram d’Ele, mas Ele não repele ninguém. E quando nos afastamos, Ele intercede pelos ingratos como rezou por seus algozes. É o grau supremo da bondade e da doçura na humildade. Ele diz a Pedro que deve-se “perdoar setenta vezes sete vezes”, isto é, sempre, e Ele é o primeiro a fazê-lo.
Ao mesmo tempo, esse amor de Jesus por nós é de uma força que faz de seu coração o maior de todos. Cor Jesu, rex et centrum omnium cordium, miserere nobis.
Essa força, essa generosidade de seu amor por nós se manifesta cada vez mais desde o presépio até a Cruz. “Ele me amou, diz São Paulo, até se entregar por mim” [4], e cada um de nós pode dizer o mesmo. Os incrédulos só querem ver no Cristo moribundo um grande homem esmagado por mediocridades ciumentas. Ele é infinitamente mais: é a vítima voluntária que se ofereceu para nos salvar. “Ninguém tem maior amor que aquele que dá a sua vida por seus amigos.” (Jo XV, 13)
Almas generosas se oferecem, às vezes, como vítimas para obter a conversão de um pecador, ou abreviar os sofrimentos do purgatório de um ente muito querido. Jesus se ofereceu como vítima por milhares de almas, por todos sem exceção e por cada uma em particular; e nenhum adulto está privado do benefício da redenção a não ser por orgulho ou para satisfazer sua concupiscência. Jesus suportou a pena que cabia a cada um de nós. Ele sofreu o pecado na medida de Seu amor por Deus, a quem o pecado ofende, e na medida de seu amor por nossas almas, que o pecado destrói e faz morrer. Cor Jesu, attritum propter scelera nostra, miserere nobis: Coração de Jesus, contristado por nossos pecados, tende piedade de nós. O coração doloroso e imaculado de Maria esteve intimamente associado a essa heróica oblação e nos ajuda a penetrar seu ministério.
Ninguém nos amou e ninguém nos amará nunca como Cristo. Eis porque, quando os fiéis de Corinto estavam divididos, um dizendo: Eu sou de Paulo! e outro: E eu de Apollo! — E eu de Cefas! — E eu de Cristo! São Paulo lhes escreveu: “Foi Paulo quem foi crucificado por vós?” (I Cor 1, 13)
Jesus quis para si no Getsêmani o amargo cálice de expiação de todos os pecados, todas as imundices reunidas, para nos dar o cálice de Seu Precioso Sangue, que é elevado todos os dias sobre o altar. Esses dois cálices representam toda a história do mundo e das almas, são como os dois pratos da balança do bem e do mal, e é o bem que pesa mais; o Precioso Sangue pode apagar todos os crimes se imploramos o perdão.
Com sua vitória sobre o pecado obtida na Cruz, Jesus é a fonte da vida e da santidade, fonte de toda consolação, salvação dos que n’Ele esperam, esperança dos moribundos, delícia dos santos, como diz a ladainha do Sagrado Coração. Ele nos deixou enfim a Eucaristia para ficar conosco até o fim do mundo e se dar como alimento a cada um de nós em particular.
Ele diz a Seus amigos privilegiados seguidores de Seu exemplo: “O que deixa a chaga de Meu coração aberta é Meu amor. Quero provar às almas que Meu coração não se fecha. Ao contrário, Meu maior desejo é que as almas entrem por essa chaga de Meu coração, abismo de caridade e misericórdia. É só nesse coração de um Deus que elas encontrarão o remédio para abrandar seus sofrimentos e fortificar sua fraqueza. Que elas Me estendam a mão. Eu mesmo as conduzirei até lá.”
Continuamos sendo egoístas, porque nosso amor é fraco demais, pobre demais, estreito demais, e miseravelmente se volta para nós próprios. O coração de Cristo dilatará os nossos, ensinando-nos a amar sobre todas as coisas a glória de Deus e a salvação das almas.
Por que nos deixamos levar pelo ciúme, pela inveja? Porque nosso amor não se eleva suficientemente até o Bem Supremo que todos nós podemos possuir juntos sem nos atrapalharmos uns aos outros.
Em vez de nos deixar levar pelo ciúme, agradeçamos antes ao Senhor por ter dado ao nosso próximo qualidades que não temos e alegremo-nos como a mão aproveita do que os olhos vêem.
Por que somos fracos? Porque não amamos o suficiente, porque nosso coração é frio; porque contamos somente com nossas forças cuja enfermidade é manifesta, e porque não contamos suficientemente com o Coração de Jesus, com Seu amor por nós.
O Coração do Salvador pode e quer nos dar essas santas energias, as da confiança e do amor que inspira a adoração, a ação de graças e a reparação, colocando acima de tudo a glória de Deus.
Cor Jesu, de cuius plenitudine omnes nos accepimus, miserere nobis. Vamos ao Pai, por Ele, com Ele e n’Ele.
R. Garrigou-Lagrange O.P.
Fonte:

Conselho - Santo Padre Pio

Da acusação dos pecados, da absolvição e penitência

$
0
0
artgate_fondazione_cariplo_-_molteni_giuseppe_la_confessione1Discípulo — Padre, em quê consiste a confissão?
Mestre — A confissão, diz o catecismo, consiste na acusação distinta dos pecados feita ao Confessor para receber a absolvição e a penitência.
D. — O quê significa a palavra distinta?
M. — Quer dizer que acusar os pecados em geral não é o suficiente, como por exemplo: eu pequei contra a lei de Deus e da Igreja… pequei por blasfêmia, por furto, por impureza, etc… Devemos acusá-los distintamente, como violações, mais ou menos graves, deste ou daquele mandamento, manifestando o número deles, e além disso as circunstâncias que lhes mudam a espécie.
D. — Padre, deve-se também dizer o nome das pessoas companheiras de pecado?
M.— Não, a confissão deve ser prudente; não devo dar a conhecer os pecados dos outros; não se diga o nome do cúmplice, porque nunca é lícito desonrar alguém.
D. — Nesse caso como é que se pode manifestar certos pecados e as circunstâncias que lhes mudam a espécie?
M. — No caso disso não ser possível sem indicar as pessoas com quem se pecou, deve-se manifestar não o nome, mas a qualidade, ou o grau de qualidade, ou o grau de parentesco que se tem com as mesmas. Diga-se por exemplo: irmão, irmã, primo, um parente próximo, uma pessoa religiosa, etc… E se o Confessor fizer perguntas, o penitente deve responder com toda a sinceridade, pois que ele interroga justamente para suprir a algum esquecimento da parte do penitente, para conhecer melhor a espécie, o número, e as circunstâncias dos pecados. Todavia, a regra é sempre a mesma: que nunca seja revelado o nome do cúmplice do pecado.
D. — O quê diz dessas mulheres que confessam as culpas do marido e dos filhos?
M. — Digo que fazem muito mal!
D. — Eu ouvi contar que um homem, indo confessar-se logo depois da mulher recitou o Confiteor e depois se calou. Como o Confessor o incitava a dizer os seus pecados, respondeu:
— O senhor já os conhece Padre; a minha mulher já os disse todos: ouvi-os distintamente!
M. — Essa mulher merecia a lição dada a esta outra.
Um dia, uma dessas mulherzinhas que são o tormento dos maridos, apareceu no confessionário e foi logo dizendo: — Padre eu sou uma infeliz: tenho um marido bestial. Ele berra, impreca, blasfema, profana os dias santificados, freqüenta botequins!
— E a senhora ajuntou o Confessor.
— Eu sou uma pobre mártir, mas ele, meu marido, goza, come, bebe, passeia e, se alguma vez eu falo, ele logo levanta as mãos contra mim.
— Mas a senhora, como se comporta?
— Eu? eu não faço nada: o mau exemplo da família é ele; é a ruína da casa, o meu desespero.
— Basta! Já entendi; continue a suportar o seu purgatório aqui na terra e, enquanto isso reze por penitência três Ave Marias pelos seus pecados; mas reze também três vezes o Rosário inteiro, ou seja três vezes os quinze mistérios, pelos pecados de seu marido.
— Pelos pecados de meu marido? Se ele os cometeu, que reze a penitencia!
— Ele os cometeu, mas quem os confessou foi a senhora e a penitencia se dá á pessoa que se confessa! — E, fechando a portinhola, foi-se embora, deixando-a a pensar que não se deve confessar os pecados de outrem.
D. — O que quer dizer “confissão integral?”
M. — Quer dizer que devemos confessar todos os pecados mortais de que nos lembramos depois de um exame diligente, e também os que não tínhamos confessado, ou confessado mal nas confissões passadas.
D. — Qual a ordem que se deve observar para a acusação?
M. — Seria bom confessar antes de tudo os pecados; depois expor as dúvidas, as penas e temores, tudo aquilo, enfim, que perturba a consciência. Seria ainda aconselhável confessar primeiramente os pecados mais graves, os que se cometem com maior freqüência e que constituem a paixão predominante. O empenho que demonstrarmos nessa luta contra o defeito predominante, além de ser um tormento que nos traz proveito, ajudará o Confessor a nos curar melhor.
D. — Em quê consiste a sinceridade?
M. — A sinceridade consiste em manifestar singelamente tudo o que interessa à própria alma, sem esconder nada por temor ou por vergonha, sem diminuir o número das faltas, sem calar as circunstâncias que revelam toda a nossa miséria, mesmo em se tratando somente de culpas veniais e imperfeições.
Não é preciso, porém, cair no exagero e fazer como alguns homens e rapazes que, chegando-se para o Confessor desencadeiam uma chuva de blasfêmias e palavrões grosseiros e por mais que o Confessor procure refreá-los continuam imperturbáveis a repetí-los todos sem exceção.
Nem se deve proceder como certas mulheres que repetem as imprecações que costumam lançar contra o marido, as crianças ou os animais.
Também não devemos imitar aquela moça simples demais que, tendo-se acusado de ter cantado uma canção, e, tendo o confessor perguntado que canção era, se pôs a cantá-la em voz alta no confessionário, estando a Igreja repleta de gente!
D. — Oh, que simplória! Porém é preferível exagerar para mais do que para menos, não é Padre?
M. — Isso é que não! Não devemos agravar propositadamente a nossa culpabilidade, nem acusando culpas não cometidas, nem assegurando as que são duvidosas.
D. — Eu não me importo de parecer mais culpado do que realmente sou, contanto que esteja certo de estar fazendo uma boa confissão.
M. — Isso é zelo exagerado, meu caro, e que não merece aprovação. Será que você age dessa forma com o médico, quando se trata de tomar remédios ou de se submeter a uma operação?…
Vamos sempre para a frente com a sinceridade tão recomendada por Jesus Cristo!
D. — Finalmente, Padre, o quê significa: a confissão deve ser humilde?
M. Significa que à integridade e à sinceridade na acusação devemos acrescentar a humildade. Humilhar-nos o mais possível deve até ser o nosso principal empenho, porque quanto mais alguém se acusa, mais Deus o escusa.
Por isso mesmo a confissão é chamada a sacramento da humildade, o patíbulo do amor próprio.
D. — E o quê devemos fazer para nos humilharmos sempre mais?
M. — Não nos devemos limitar a expor só o que é pecado; tratemos de especificar as causas secretas das faltas costumeiras, as intenções e desejos ocultos que nos passam pela cabeça e a negligência em afugentá-los; as pequenas afeições ou agarramentos, que, mesmo se não consentimos neles plenamente, nos causam pesar quando somos obrigados a deixálos.
Digamos, em suma, bem claramente o que mais custa à nossa soberba e nos causa maior humilhação, mesmo que os nossos lábios se ruborizem, mesmo que os suores e calafrios nos percorram o corpo. A medida que expelirmos o veneno sentiremos alívio enorme: o sangue de Jesus Cristo, espargido sobre as nossas chagas assim descobertas poderá curá-las mais rapidamente e com mais perfeição.
Um dos mais célebres oradores franceses, Henrique João Batista Lacordaire, dominicano, nos dá um exemplo de confissão profundamente humilde. O eloqüente pregador dirigia-se lá pelos fins do outono de 1852, para Tolosa para fundar ali uma nova casa para a sua ordem. Passando por Dijon, entrou na sacristia da Igrejinha da Visitação, cujo capelão era o jovem abade de Bougaud. Este voltava do altar onde tinha celebrado, e, assim que acabou de despir os paramentos, o Padre Lacordaire chegou-se para ele e disse:
— “Quer ter a bondade de me ouvir em confissão?”
— Eu, conta Bougaud, reconheci logo o célebre pregador mas, antes que eu pudesse oferecer-lhe um genuflexório, ele já se tinha ajoelhado no chão, aos meus pés e me disse:
“Peço-lhe que ouça não só a minha confissão semanal, mas a confissão de todas as culpas da minha vida desde a infância”. Depois, começou, e eu não faltarei ao segredo da confissão dizendo que ele me contou a história de toda a sua vida; fez a acusação de todas as faltas que cometeu em criança, quando moço, como sacerdote e como religioso, com uma humildade, um arrependimento, um ardor, realmente singulares.
Ao fim dessa confissão extraordinária, logo depois da absolvição, beijou-me os pés repetidas vezes, e acrescentou:”
— Agora peço-lhe ainda uma graça, que o senhor com certeza não me negará.
— O quê poderia eu negar-lhe? respondi. E enquanto eu esperava que desse explicações, tirou debaixo da túnica um açoite formado por sólidas tiras de couro e me disse:
— A graça que eu lhe peço agora, é de me dar cem açoitaduras de disciplina.
— Jamais! disse eu perplexo.
— O senhor recusa-me então essa caridade? Aquele olhar, o acento daquelas palavras, eu jamais o esquecerei; aceitei pois a contra-gosto o encargo.
O Padre Lacordaire era muito sensível; logo no décimo quinto ou vigésimo golpe começou a gemer profunda mas docemente, e continuou assim até o fim. Eu queria parar, mas ele não o permitiu e eu tive que continuar no meu sangrento ofício.
Quando acabei, ele se levantou, abraçou-me e, desobrigando-me do segredo da confissão, me deu licença de lhe lembrar todos os próprios pecados e de os contar a quem quer que fosse.
Não posso descrever em que estado eu me achava. Quem não é capaz de se sentir comovido até o mais profundo das entranhas, não é digno de assistir a cenas como esta.
É assim, meu caro, que os grandes homens sabem humilhar-se: saibamos aproveitar tais exemplos!
D. — Oh, Padre, quantas coisas admiráveis! Se todos os que freqüentam a confissão fizesse assim, ficaríamos logo santos.
M. — Mesmo que não ficássemos santos evitaria mos pelo menos a rotina estereotipada que não traz proveito algum e não opera a transformação que esse sacramento deveria efetuar.
D. — Padre, o senhor disse que é bom acusar também os pecados da vida passada: de quê modo podemos fazê-lo?
M. — A acusação não deve ser geral, como é costume de muitos. Devemos procurar especificar as culpas de modo que possamos, provar-lhes verdadeiramente a matéria e a dor.
Digamos, por exemplo: confesso ainda iodos os pecados da minha vida passada, principalmente os que cometi contra a obediência, a caridade, a pureza e os deveres do meu estado ou então de todos os maus exemplos e escândalos dados durante a minha vida.
D. — E os que têm pecados que absolutamente não ousam confessar?
M. — Que digam logo ao Confessor: “Padre, eu cometi pecados que não ouso confessar”, que se entreguem à sua caridade e prudência e respondam com toda a sinceridade e confiança às perguntas que ele fizer.
D. — E se alguém se vir atrapalhado por causa de más confissões feitas no passado?
M. — Esse vá logo dizendo: Padre, tenho atrapalhações na consciência, preciso da sua caridade; ajude-me porque há algum tempo ou há muito tempo que me confesso mal. O Confessor saberá esclarecê-lo e livrá-lo; a paz e a consolação lhe inundarão a alma, que ficará surpreendida por ter podido comprar a sua felicidade, por tão baixo, preço.
D. — Agradecido, Padre; diga-me ainda: o quê é a absolvição?
M. — A absolvição é a sentença pela qual o sacerdote, em nome de Jesus, remete os pecados. É o ponto culminante do Sacramento, a panacéia infalível, o remédio divino que penetra nas almas, cicatrizando-lhes as feridas, curando-lhes desde a raiz as mais graves enfermidades; ressuscita-as, quando mortas pela culpa; dá-lhes força e vigor para que possam viver bem e lhes abre as portas do Paraíso.
Ao recebermos a santa absolvição, façamos de conta que estamos abraçados aos pés de Jesus e que Pie nos lava com o seu sangue.
Oh, quantos prodígios operou e opera continuamente essa fórmula sagrada que Jesus, pela boca do sacerdote, pronuncia sobre nós! De quantas manchas já limpou as almas.
Quantas, já envelhecidas no vício, foram por fim restabelecidas e salvas. É pois com a confiança ilimitada, que a devemos receber, como um remédio inteligente de efeito infalível; e choremos de consolação todas as vezes que a recebemos.
Um condenado à morte tinha tido a boa sorte de ter sido preparado para o passo terrível por um sacerdote zeloso e cheio de caridade. Quando subiu ao patíbulo, pouco antes que o laço fatal o enforcasse, e o Confessor que o assistia renovou a absolvição de todas as culpas, ele desatou em copioso pranto. Perguntaram-lhe a razão: “Eu não choro, disse, pela sorte que me toca, nunca chorei na minha vida; nem quando a justiça me alcançou, nem quando leram a minha sentença de morte: se agora choro é pensando que Deus me perdoou!”
A comoção foi geral: grande parte dos milhares de espectadores enxugaram as lágrimas.
Nós também deveríamos chorar assim, depois de cada absolvição, ao pensarmos que Deus nos perdoou.
D. — E se no momento da absolvição não pensamos nisso, ou não nos sentimos comovidos?
M. — Não nos devemos perturbar com isso. Os sacramentos operam ex opere operato, ou seja, por si próprios. Mesmo se não ouvíssemos nem sequer o som das palavras da absolvição, o seu efeito seria o mesmo.
D. — Padre, a absolvição cancela sempre os pecados?
M. Sim, cancela-os todos e sempre, quando a confissão é bem feita, isto é, quando dissemos todos os pecados de que nos lembramos, quando sentimos pesar, e quando fizemos firme propósito de fugir até das ocasiões; em caso contrário não cancela nada, mesmo que fosse repetida cem vezes.
D. — Então procedem mal, os que, não tendo boas disposições, vão à procura de um Confessor indulgente de quem possam arrancar a absolvição.
M. — Malíssimo! Coitados, cavam a própria cova, obrigando Deus a condená-los.
D. — Mesmo quando conseguem enganar o confessor, não podem enganar a Deus que lê nos corações, não é mesmo, Padre?
“Sempre confessados, sempre perdoados, No fundo do inferno, fomos sepultados”.
M. — Justamente! Eles terão a mesma sorte daquele querelante que, tendo-se arruinado com querelas reduzido à extrema miséria, magro, esquelético, maltrapilho, deixou aos seus herdeiros os seus retratos com este escrito: Sempre briguei, sempre ganhei:
Eis aqui como fiquei.
E eles deverão exclamar: Sempre confessados e sempre perdoados. o fundo do inferno seremos sepultados.
D. — Quando e como se deve fazer a penitência dada pelo confessor?
M. — É bom fazê-lo o mais depressa possível, e mesmo logo depois de deixarmos o confessionário; e deve ser feita com pontualidade e precisão.
No tempo que ainda se impunham penitências rigorosas, dois homens de bem, culpados talvez pelas mesmas faltas, deviam fazer a pé, por penitência, uma peregrinação a um santuário distante.
Andam durante duas horas em boa marcha, mas depois um deles diz:
— Ande mais devagar, amigo: eu não posso mais! Doem-me os pés! Saiba que o confessor ordenou como penitência, que eu pusesse grãos de bico no sapato.
— Ora, a mim também deu a mesma ordem.
— E você não os pôs?
— Pus, sim.
— E os seus pés não doem?
— Nem um pouco! Eu até sinto alívio com isso! — Mas como?!
— Eu os pus cozidos.
D. — O homem era bem esperto!
M. — Esperto sim, ou pelo menos, nada tolo… Mas no entanto, você compreende que ele não estava cumprindo a penitência com precisão, pois a intenção do confessor era outra.
Confessai-vos Bem – Pe. Luiz Chiavarino
Fonte:

I REUNIÃO DA TRADIÇÃO CATÓLICA DE FOZ DO IGUAÇU

Que o homem não seja curioso escrutador do sacramento, mas humilde imitador de Cristo, sujeitando sua razão à Santa Fé

$
0
0
Voz do Amado 
1. Foge do desejo curioso e inútil de investigar este profundíssimo mistério, se não te queres afogar num abismo de dúvidas. Quem quer perscrutar a majestade será oprimido por sua glória (Prov 25,27). Mais pode Deus fazer, que o homem compreender. Contudo é permitida uma piedosa e humilde investigação da verdade, que sempre está inclinada a ser instruída e segue a sã doutrina dos Santos Padres. 
2. Bem-aventurada a simplicidade, que deixa os caminhos dificultosos das discussões, para andar no caminho plano e firme dos mandamentos de Deus! Muitos perderam a devoção, porque quiseram investigar coisas muito altas. O que se exige de ti é fé e inocência, não sublime inteligência, nem profundo conhecimento dos mistérios de Deus. Se não entendes, nem compreendes as coisas que estão abaixo de ti, como alcançarás as que estão acima? Sujeita-te a Deus e submete teu juízo à fé, e se te dará a luz da ciência, conforme te for útil e necessário. 
3. Alguns são gravemente tentados acerca da fé nesse Sacramento; mas isso não se deve imputar a eles, senão ao inimigo. Não te importes, nem disputes com teus próprios pensamentos, nem respondas às dúvidas que o demônio te sugere, mas crê nas palavras de Deus, crê nos seus santos e profetas, e fugirá de ti o malvado inimigo. Muitas vezes é de grande proveito ao servo de Deus passar por tais provações, porque o demônio não tenta aos infiéis e pecadores, que já tem seguros: aos fiéis devotos, porém, ele tenta e molesta de vários modos. 
4. Persevera, pois, na fé, firme e simples, e chega-te ao Sacramento com profunda reverência. E quanto ao que não podes compreender, encomenda-o tranqüilamente a Deus onipotente. Deus não te engana; mas se engana quem demasiadamente confia em si mesmo. Deus anda com os simples, revela-se aos humildes, dá inteligência aos pequenos, abre o sentido às almas puras e esconde sua graça aos curiosos e soberbos. A razão humana é fraca e pode enganar-se, mas a fé verdadeira não se pode enganar. 
5. Toda razão e pesquisa natural deve seguir a fé, não precedê-la, nem enfraquecê-la, porque a fé e o amor aqui dominam e operam ocultamente nesse santíssimo e diviníssimo Sacramento. “Deus eterno, imenso e infinitamente poderoso faz coisas grandes e incompreensíveis no céu e na terra” (Jó 5,9), e ninguém pode penetrar as maravilhas de suas obras. Se fossem tais as obras de Deus, que facilmente as compreendesse a razão humana, não deveriam ser chamadas maravilhosas, nem inefáveis. 
Imitação de Cristo – Tomás de Kempis
Fonte:

Padre Pio nos explica a Santíssima Trindade

$
0
0


Em abril de 1920, Padre Pio recebe em seu confessionário uma jovem de 25 anos, que lhe diz: “Padre, o motivo de minha presença não é a confissão, mas o esclarecimento de algumas dúvidas que me atormentam. Perturba-me, sobretudo, o mistério da Santíssima Trindade”.

O padre, com palavras sensíveis, começou a dissipar as dúvidas: “Filha, quem pode compreender e explicar os mistérios de Deus? Chamam-se mistérios justamente porque não podem ser compreendidos por nossa pequena inteligência. Podemos formar alguma ideia com exemplos. Alguma vez já viste a preparação da massa para fazer o pão? O que faz o padeiro? Toma a farinha, o fermento e a água. São três elementos distintos: a farinha não é o fermento nem a água; o fermento não é a farinha nem a água; e a água não é a farinha nem o fermento. Misturam-se os três elementos e se forma uma só substância. Portanto, três elementos distintos formam, juntos, uma só substância. Com essa massa, se faz três pães que têm a mesma substância, mas possuem formas distintas um do outro. Isto é, três pães distintos um do outro, porém uma única substância.

Assim se diz de Deus: Ele é Uno na natureza, Trino nas pessoas iguais e distintas uma da outra. O Pai não é o Filho nem o Espírito Santo; o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. São três pessoas iguais, porém distintas. Contudo, é um só Deus, porque única e idêntica é a natureza de Deus”.



Fora da Igreja Católica não há salvação

$
0
0
Entre os que atacam a Igreja a propósito deste dito levam a dianteira os protestantes. Ora, este princípio, de que eles se servem para acusar a Igreja, não é senão uma conseqüência lógica e necessária da doutrina dos seus principais mestres; pelo que estão em contradição consigo mesmo. Com que direito nos podem eles argüir com o que eles próprios devem admitir e o que explicitamente professam os formulários de fé dos primeiros tempos do protestantismo? Eis o que, por exemplo, lemos na confissão helvética: “Não há salvação fora da Igreja, assim como a não houve fora da arca; quem quiser ter a vida, é preciso não se separar da verdadeira Igreja de Jesus Cristo”. Não são menos explícitas as confissões da Saxônia, da Bélgica e da Escócia. Fora da Igreja, diz também o catecismo calvinista do século XVII, não há senão condenação; e todos os que se separarem da comunhão dos fiéis para formarem uma seita à parte, não podem esperar salvar-se enquanto assim estiverem separados”. E é o que afirma o próprio Calvino nas suas Instituições, dizendo: Fora do seio da Igreja não se pode esperar a remissão dos pecados nem a salvação”.
* * *
 

“Mas pelo menos”, dirão, “não se pode a Igreja livrar da nota de intolerante e de cruel, em ela declarar que fora da Igreja não há salvação. Que de homens, pois, destinados à condenação eterna, só por não pertencerem à Igreja romana!”
 
Já nós, ainda que de passagem, respondemos a esta acusação. Bom será, porém, dar-lhe mais algum desenvolvimento; e assim se verá, como aquele velho de que fala Rousseau, de nenhum modo é digno de piedade.
 
Se, com efeito, a verdadeira religião, a religião de Jesus Cristo é obrigatória para todos os homens, e, se esta religião, a única, é professada e ensinada só pela Igreja católica, apostólica, romana, força é reconhecer que fora desta Igreja não há salvação, e que ninguém pode alcançar o céu sem a ela de algum modo pertencer. Não é, portanto, a Igreja que há de ser acusada por falar assim; se algum fosse digno de censura, seria o seu divino Fundador, que tornou a sua religião indispensável para todos.
 
O que, pois, sobremaneira importa é precisar bem o sentido desta máxima. “Há, observa o cardeal Deschamps, nestas palavras, assim como em todas as de uma lei penal, uma palavra, que sempre se há de subentender, e é a palavra voluntariamente; porque sempre a lei penal supõe culpabilidade; e a culpabilidade supõe sempre duas condições: o fato e a intenção. E, por isso, a pergunta: ‘crê a Igreja na condenação dos que, sendo nascidos e educados lá onde a não puderam conhecer, se acham em ignorância invencível a respeito da lei de Jesus Cristo, mas praticaram fielmente tudo o que eles viram ser bom’, é necessário responder: ‘Não crê’”.
 
“Pode-se, pois, pertencer à alma, ainda que se não pertença ao corpo da Igreja, diz o mesmo cardeal. Não é evidente que pertence à alma da Igreja um homem que está de boa fé e que entraria nela se a conhecesse? Não estão realmente nesta disposição todos os que têm um desejo sincero e geral de aderirem à verdade e de fazerem a vontade de Deus? É esta uma questão semelhante a do batismo de desejo, do qual, como diz São Tomás de Aquino, se acha implícita e suficientemente contido na vontade geral de empregar todos os meios de salvação concedidos aos homens pela Providência divina. Os que, por conseguinte, estão pela sua parte dispostos a, conhecendo a Igreja, fazerem parte dela, já por isso mesmo são aos olhos de Deus considerados como filhos dela, e certamente receberão dele as luzes necessárias à sua salvação”.
 
“Morreu Jesus Cristo por todos os homens; e as graças liberalizadas em atenção a esta vítima, que a justiça eterna previu desde o princípio haver de ser imolada no correr dos tempos, occisus ab origine mundi, redundaram em benefício de todos, sem exceção alguma.Nenhum homem, portanto, ficou excluído dos benefícios da redenção, a não ser por culpa sua e pela sua resistência à graça; e cada um será julgado segundo a que houver recebido. Haverá porventura doutrina mais terna e juntamente mais terrível; mais terna para com os pobres ignorantes, que não têm culpa, na sua ignorância, e mais terrível para com os ingratos, que, para se esquivarem à luz, que os inunda, vão buscar as trevas de sofismas contra a justiça de Deus?”
 
Este é também o sentir unânime da Tradição, que ensina como coisa certa, dar Deus a todos os homens as graças suficientes para se salvarem, e que ninguém se condena a não ser por um ato livre da alma que, ingrata, recusa os dons divinos. “Deus não recusa a sua graça a quem da sua parte faz tudo o que de si depende”, diz um muito conhecido axioma teológico, a que já nos referimos1.
 
Para que melhor se compreenda o sentido desta máxima, distingamos, como fazem os teólogos, o corpo e a alma na Igreja. O corpo ou parte visível da Igreja é o conjunto dos membros, unidos entre si pelo assentimento às mesmas verdades, pela participação dos mesmos sacramentos, e pela obediência aos mesmos pastores, daqueles que pelo batismo se inscreveram oficialmente entre os seus súditos. A alma ou a parte invisível é a graça santificante, princípio da vida sobrenatural, que torna o homem agradável aos olhos de Deus.
 
Para de todo se pertencer, tanto de direito como de fato, ao corpo da Igreja, é primeiramente preciso entrar nela pelo batismo; e mais, é necessário, depois do uso da razão, prestar o seu assentimento, voluntário e feito com conhecimento de causa, por meio de um ato de fé católica; nem, enfim, deve fazer-se expulsar dela pela excomunhão, nem sair-se dela, abraçando algum erro.
 
Para se pertencer à alma da Igreja ou para se salvar, basta estar em estado de graça, quer se faça, ou não, parte do corpo da Igreja; ou, por outra, podem, segundo a doutrina católica, os hereges, os cismáticos e até os gentios possuir a graça santificante e merecer o céu. Mas, está claro, se alguém conhecesse a necessidade de fazer parte da Igreja, era impossível pertencer à alma da Igreja, e conservar a graça santificante, sem também pertencer ao corpo dela, pois faltaria voluntariamente a uma obrigação, que ele reconhece como grave2.
 
Ninguém, pois, se perde senão por culpa sua, menosprezando a lei, a qual, porém, não obriga senão depois de conhecida ou promulgada, pois não obriga em consciência a quem a desconhece. E, por isso é que o Senhor só depois de haver dito aos apóstolos: “Ide por toda a terra e ensinai o Evangelho a toda a gente”, é que acrescentou: “Quem não crer será condenado”. Supõe, pois, conhecer-se a verdade, quando se incorre em condenação por causa da incredulidade.
 
 
Desçamos, porém, para maior clareza desta matéria, a alguns casos particulares.
 
1. Quanto ás crianças, nascidas de pais cismáticos, hereges ou infiéis, se elas receberam o batismo, recebem também com ele a graça santificante, que subsiste enquanto não caírem em falta grave. Pertencem estas à alma da Igreja, e certamente se salvam se morrerem neste estado. Supõe este caso que a criança, chegada ao uso da razão, persiste numa ignorância invencível acerca da verdadeira religião, ou por se achar na impossibilidade de se informar dela, ou por lhe não prestar atenção, visto não ter dúvida sobre a verdade da que professa.
 
Suponhamos agora que esta criança, depois homem, veio por mal seu a perder a graça santificante, caindo em pecado grave; poder-se-á ainda reconciliar com Deus. E, para este fim, se a seita a que pertencer guardar o sacramento da penitência, tem a obrigação de confessar-se, isto é, de empregar o meio por ele reconhecido como necessário; mais, para alcançar o perdão deste pecado precisa ter uma contrição perfeita. A razão é clara; pois que por uma parte este homem iria contra a sua consciência, se não acudisse a este meio, e por outra a contrição perfeita é absolutamente necessária, pois esta confissão é por si mesma ineficaz.
 
2. Quanto às crianças, que morrem sem terem recebido o batismo (e o mesmo se diga dos adultos que nunca tiveram o uso da razão), já acima dissemos, o que acerca da sua sorte se há de pensar: gozarão uma felicidade natural, cuja fruição seria a reservada a todos nós, se não tivéssemos sido elevados à ordem sobrenatural; e ficarão unicamente privadas do grau de felicidade correspondente à visão beatífica de Deus, visões indébitas a qualquer pura criatura3
 
3. Vejamos agora o que se há de pensar acerca dos adultos não batizados ou infiéis, que fizeram uso da razão, como são os judeus, os maometanos e os pagãos. Eis, em resumo, qual é sobre este ponto a doutrina da Igreja: não ficam excluídos, por causa da sua infidelidade, senão quando ela é voluntária; e quando àqueles, cuja infidelidade provém de uma ignorância invencível, se eles se vierem a perder, não será por terem ignorado o que lhes era impossível conhecer, mas por faltas graves por eles próprios cometidas.
 
Se se governarem pela lei natural em seus corações gravada, se aceitarem as tradições primitivas, posto que muitas vezes deturpadas, acerca de Deus e da sua providência, da promessa de um Redentor, assim como das recompensas e castigos reservados aos homens numa outra vida, pertencem à alma da Igreja e podem salvar-se.
 
Para eles o batismo pela água, que é necessário a todos os que conhecem a necessidade dele, e estão em condições de o receberem, fica sendo substituído pelo batismo de sangue ou pelo de desejo. Este batismo de desejo supre também o batismo da água para os que, conhecendo a necessidade deste e não podendo, por qualquer causa recebê-lo, têm um desejo explícito dele, acompanhado da contrição perfeita dos pecados graves atuais. Quanto ao desejo implícito do batismo ou ato perfeito de amor a Deus, é certo ter ele bastado nos primeiros tempos da Igreja para os pagãos, que ainda não tinham ouvido a pregação do Evangelho. Não considera a Igreja, de fato, como necessário à salvação, o batismo da água senão depois do Evangelho ter sido promulgado, segundo expressamente declara o Concílio de Trento. Ora, esta pregação do Evangelho só se fez e não podia fazer-se senão progressivamente. Se, pois, existiam meios de salvação distintos do batismo, para os infiéis daqueles tempos, pois que ainda o Evangelho lhes não tinha sido pregado, também hão de existir para os infiéis dos séculos seguintes, que, sem culpa sua, se achavam em circunstâncias iguais4.
 
Não ficam, portanto, segundo a doutrina da Igreja, excluídos da salvação os gentios, os hereges e os cismáticos, que não abraçaram a verdadeira fé, a não ser os que não conheceram a verdade revelada porque não a quiseram conhecer, ou os que, tendo-a bastantemente conhecido, se recusaram a abraça-la. Só, de fato, estão obrigados a entrar na Igreja Católica os que a reconhecem como o único meio necessário para alcançarem a sua salvação. É, portanto, sob todos os respeitos muito racional e lógica a fórmula: “Fora da Igreja não há salvação”: e, se a acusam por este lado, é porque ou estão de má fé ou estão iludidos; iludidos, por lhe não conhecerem o sentido adequado e preciso; de má fé, por se recusarem a reconhecê-lo.
 
É verdade, observemos ainda, que, se a salvação é possível fora do corpo da Igreja, não deixa, no entanto, de ser mais difícil. A inteligência não possui, neste caso, a verdade íntegra nem o magistério infalível; e a vontade carece também de um grande número de auxílios, como são, os sacramentos, o culto externo, etc. Têm, pois, muitíssima razão os ministros do Evangelho, que, possuídos de um zelo ardente e de um amor generoso para com seus próximos, se não poupam a trabalhos e nem mesmo aos perigos da vida para a toda a parte levarem o conhecimento de Jesus Cristo e para dilatarem as fronteiras da Igreja por Ele fundada. Além de que, se a sorte dos que morrem só com a culpa original não é para causar dó, é, contudo, mil vezes mais invejável a sorte e felicidade dos escolhidos para o céu, a qual consiste na visão e fruição de Deus por todo sempre.
 
(Pe. W. Devivier, S.J., Curso de Apologética Cristã. Editora Melhoramentos, São Paulo, 3a. edição, 1925)
  1. 1. É coisa certíssima que “O Senhor não quer que alguém se perca, mas sim que todos recorram à penitência” (II Ped. III-9). “Quer o nosso Deus e Salvador que todos os homens se salvem e que alcancem o conhecimento da verdade (I Tim. II-4). Não há senão um Deus e um mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, que se entregou pela redenção de todos” (I Tim. 5, 6). “Jesus Cristo deu a vida por todos” (II Cor. V-15). “Jesus Cristo é a vítima propiciatória por nossos pecados, e também pelos de todo o mundo”. (I Jo. II-2). “Deus não faz acepção de pessoas. Quem, pois, pecou sem a lei, perecerá sem a lei”. (II Ped. II-12). “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rom. V-20).
  2. 2. Costumam os teólogos dividir a infidelidade em negativa e positiva. A infidelidade negativa não é um pecado; encontra-se na gente, que não crê na Revelação, porque a ignoram, sem que tenham culpa nesta ignorância. A infidelidade positiva é um pecado, porque há, nos que a têm, um suficiente conhecimento da Revelação, que eles abandonam. Condenam-se estes por se recusarem a obedecer a uma ordem expressa e formal de Deus. O homem, que nasce e se educou na infidelidade ou no cisma, está obrigado a esclarecer-se e a procurar a verdadeira religião, no caso de ter dúvida séria acerca da religião, que professa; e, se o não fizer, deixa de estar na boa fé e ofende a Deus gravemente. Não há dúvida que entre os cristãos, separados da Igreja, há um grande número, que estão de boa fé, e nem sequer tem consciência do cisma ou da heresia, de que são vítimas. Newman, apesar do seu talento e da integridade da sua vida, afirma ter vivido muitos anos no anglicanismo sem lhe ocorrer dúvida alguma sobre a sua religião; e com muitos outros passará a mesma coisa.
  3. 3. Uma boa parte dos teólogos, e, certamente a mais numerosa, para não dizer a mais autorizada, aponta como punição resultante do pecado original a privação somente da felicidade sobrenatural (a vista de Deus), felicidade a que a natureza humana, como tal, não tem direito. São Tomás afirma que as crianças que morrem sem batismo, não só não sofrem as penas dos sentidos, mas nem sequer a tristeza pela pena do dano, isto é, pela perda da visão beatífica... É, pois, de crer que estas crianças gozem uma felicidade natural mais ou menos perfeita.
  4. 4. Vem aqui a propósito as judiciosas palavras do abade A. Pirenne, na sua obra Etudes philosophiques, etc. Suponhamos que o pagão (e o mesmo se diga dos hereges e dos cismáticos) morre, amando a Deus em si mesmo e sobre todas as coisas; está com isso salvo, porque com a caridade (sobrenatural) tem tudo; a caridade por si justifica. E, note-se, um grau ínfimode caridade é quanto basta, porque a essência duma virtude não consiste na sua intensidade: uma gota de água é água, como é um oceano; nem a quantidade de uma coisa influi na sua natureza. E assim a caridade subsiste, não obstante o apego ao pecado venial, e subsiste sem haver devoção alguma sensível. Estais, pois, salvo, contanto que, ao deixar esta vida ameis a Deus por si mesmo e sobre todas as coisas, que possam levar ao pecado mortal; estais salvo, sejam quais forem as circunstâncias em que vos possais encontrar. Ou sejais pagão ou herege ou pecador, se, no momento supremo, receberdes de Deus o dom da caridade, por menor que seja e compatível até com o pecado venial, tereis feito o bastante para vos salvardes; porque a caridade torna a contrição perfeita; e a caridade e a contrição perfeita encerram, ao menos implicitamente o desejo do batismo e da confissão. “Se se quiser saber o modo como a caridade se comunica aos infiéis, explica-o Leibnitz, que o tomou dos católicos, Deus dará o necessário a todos os que fazem o que humanamente depende deles, ainda quando fosse necessário fazer um milagre”. “Se houvesse de perecer uma alma inocente, diz São Tomás, proveria Deus, mandando até um anjo para lhe revelar as verdades divinas”.

    Fonte:
    http://acruzadafinal.blogspot.com.br/

Fé Católica no Brasil

Padre Pio converte um maçom

$
0
0

Tradução: Carlos Wolkartt

O confessionário foi o lugar habitual dos sucessivos milagres realizados por Padre Pio. O frade chegava a passar mais de quinze horas por dia confessando, e assim provocava verdadeiras transformações interiores. Uma das conversões espetaculares foi a do famoso advogado genovês Cesare Festa, grão-dignitário da maçonaria italiana e primo do doutor Giorgio Festa. Este havia comentado em seu informe médico:

“Depois de vários exames e ao ver a evolução ao longo do tempo das feridas de Padre Pio, não há outra explicação senão a de que nos encontramos ante um caso sobrenatural”.

Com seu primo Cesare, ateu e anticlerical, mantinha uma discussão interminável, até que um dia, finalmente, disse:
 
– Cesare, anda, vá a São Giovanni Rotondo e lá farás verificações que acabarão com todas as tuas objeções. Depois disso, vamos continuar falando.

Cesare decidiu ir, com o propósito de desmascarar e denunciar o que acreditava com convicção ser uma fraude.

Padre Pio não lhe conhecia nem sabia de sua existência. Quando o viu entrando na sacristia junto a outros peregrinos, agarrou-lhe bruscamente:

– Quem é este entre nós? Um maçom.

– Pois sim, estás certo, eu sou.

– Que papel desempenhas na maçonaria?

– Lutar contra a Igreja.

Padre Pio, sem nada mais dizer, apontou-lhe o confessionário, e ante a estupefação de todos os presentes, o advogado maçom se ajoelhou, abriu seu coração, e com a ajuda do padre capuchino examinou toda a sua vida passada. Quando se levantou, era outro homem; havia paz em seu coração! Permaneceu três dias no convento até retornar a Gênova. Sua conversão foi noticiada na primeira página dos jornais. Cesare Festa foi a Lourdes e voltou a São Giovanni Rotondo para receber das mãos de Padre Pio o escapulário da Ordem Terceira Franciscana.

Em pouquíssimos meses: de maçom a franciscano. Foi recebido pelo Papa Bento XV, quem lhe confiou esta missão:

– Tenho grande estima ao Padre Pio, apesar de alguns informes desfavoráveis que me foram enviados. É um homem de Deus. Compromete-se a dar-lo a conhecer, porque não é apreciado por todos como ele merece.

A Grande Loja italiana se reuniu para expulsar o advogado renegado. Cesare Festa decidiu assistir e dar a conhecer seu testemunho. No mesmo dia recebeu uma carta animadora de Padre Pio:

“Não te envergonhes de Cristo e de Sua doutrina; é momento de lutar corajosamente. O Espírito Santo te dará a fortaleza necessária”.

São Padre Pio, rogai por nós!

Os Menores e os Maiores Bens do Céu - Santo Afonso de Ligório‏

$
0
0


MENORES BENS DO CÉU


“No céu não há doença alguma, nem pobreza, nem adversidade de espécie alguma. Lá não haverá mudança de dias e noites, de frio e calor; lá existirá uma primavera eterna e a todos os respeitos deliciosa. Não haverá perseguição e inveja, já que aí todos amar-se-ão ternamente; cada um se alegrará tanto com a felicidade do outro como a própria. Lá não haverá mais temores, pois a alma confirmada em graça não poderá mais perder a Deus. “Eia que faço novas todas as coisas”. Tudo é novo, tudo nos alegra e satisfaz. Os olhos regozijar-se-ão com a vista desta cidade de incomparável beleza. Que admiração não se apoderaria de nós, se víssemos uma cidade calçada de cristal, com palácios de pura prata forrados de ouro e ornados da maneira mais aprazível com jarros das mais esquisitas flores! Oh! Quanto não fica acima disso a Jerusalém Celeste. Que encanto ver os habitantes do céu vestidos com pompa real, pois lá haverá tantos reis quantos os moradores, segundo Santo Agostinho. Que delícia ver a Santíssima Virgem, mais bela que todo o céu. Que prazer então ver o Cordeiro de Deus, Jesus, o esposo das almas. Santa Teresa teve uma vez a dita de ver uma mão do Salvador glorificado, sendo tão grande sua beleza que a santa entrou em êxtase. Perfumes esquisitos e fragrâncias paradisíacas nos deleitarão nos céus. Deliciarão nossos ouvidos harmonias sobrenaturais. Um anjo fez São Francisco ouvir uma só melodia celeste, sentindo-se o santo desfalecer de gozo. Que será então quando se ouvir cantar os coros dos anjos e santos? Que será então ouvir a Santíssima Virgem louvar a Deus? A voz de Maria no céu assemelha-se a do rouxinol, que sobrepuja à de todos os outros pássaros, nota São Francisco de Sales. Numa palavra: o paraíso é o complexo de todas as alegrias imagináveis.”


MAIORES BENS DO CÉU


“Tudo o que a alma vir em Deus causar-lhe-á grande alegria: compreenderá quão justos foram seus juízos, quão sábia a diretiva de sua Providência, que visava tudo unicamente a honra de Deus e a salvação das almas; conhecerá tudo o que lhe diz respeito, verá o amor imenso de Deus para consigo, tornando-se homem por sua causa e sacrificando-se na Cruz; perceberá o excesso de bondade, o mistério da Cruz, que levou o próprio Deus a fazer-se escravo e a deixar-se condenar como um malfeitor à morte da Cruz; desvendará a imensidade do amor recôndito no mistério da eucaristia, onde Deus torna-se o sustento de suas criaturas debaixo das espécies sacramentais; ser-lhe-ão apresentadas todas as graças e favores com que foi cumulada e que até então ignorava; ser-lhe-á desvendada a grandeza da misericórdia com que foi tratada pelo Senhor, já esperando sua conversão, já perdoando sua ingratidão; ser-lhe-á patenteado o número das vezes que o Senhor a chamou e a esclareceu e sua liberalidade em prestar-lhe apoio; convencer-se-á de que as adversidades, doenças, perdas de bens e parentes, em vez de duras penas foram amorosas admoestações do Senhor para induzi-la a amá-Lo perfeitamente. Numa palavra, tudo o que os seus olhos virem a induzirá ao conhecimento da Bondade infinita de Deus e de sua infinita amabilidade”

Tirado do Livro "Escola da Perfeição Cristã" de Santo Afonso de Ligório.

Da Triunfal entrada de Maria Santíssima no Céu

$
0
0
-Trecho do livro Glórias de Maria - Santo Afonso Maria de Ligório.

(...)Vieram depois dar-lhe a boa-vinda, e saudá-la como sua Rainha, todos os santos que então estavam no paraíso.
Vieram primeiro as santas virgens. "As filhas a viram e elas apregoaram-na pela mais bem-aventurada" (Ct 6, 8). Nós, disseram elas, ó belíssima Senhora, somos também rainhas deste reino, mas vós sois a Rainha nossa. Fostes a primeira a dar-nos o grande exemplo de consagrar a nossa virgindade a Deus. Por isso vos louvamos e damos graças.
 
Depois vieram os santos mártires saudá-la como sua Rainha, porque com sua grande constância, nas dores da Paixão de seu Filho, lhes ensinara e também alcançara com seus merecimentos a fortaleza para testemunhar a Fé com a vida.
Veio também São Tiago, o único dos apóstolos que então se achava no paraíso, agradecer-lhe da parte de todos os outros apóstolos aquele conforto e auxílio que lhes dera estando na terra.
Vieram depois os profetas saudá-la, e estes lhe diziam: Ah! Senhora, vós sois aquela, que pelas nossas profecias foi figurada.
 
Vieram os santos patriacas e lhe diziam: Ó Maria, vós então fostes a nossa esperança, tanto e por tão longo tempo por nós suspirada.
 
Mas entre eles, com afeto maior vieram dar-lhe agradecimentos os nossos primeiros pais Adão e EvaAh, Filha amada, lhe diziam, Vós reparastes o dano feito por nós ao gênero humano; vós alcançastes ao mundo aquela bênção que perdemos por nossa culpa; por vós somos salvos. Para sempre sejais por isso bendita!
 
Vem depois beijar-lhe os pés São Simeão e recordou-lhe com júbilo aquele dia em que tinha recebido das suas mãos o Menino Jesus.
Vieram São Zacarias e Santa Isabel e novamente lhe agradeceram aquela amorosa visita, que com tanta humildade e caridade lhes fizera em sua casa, e pela qual receberam tantos tesouros.

Veio São João Batista, com maior amor, dar-lhes graças por tê-lo santificado por meio da sua voz.
Mas que deveriam dizer-lhe, quando vieram saudá-la seus caros pais, Joaquim e Ana? Oh! Deus, com que ternura a deveriam abençoar dizendo: Filha dileta, que fortuna foi a nossa de ter tal filha! Eis que agora és a nossa Rainha, porque és Mãe do nosso Deus. Como tal nós te saudamos e veneramos. 
 
Mas quem nos dirá do afeto com que veio saudá-la seu caro esposo São José? Quem nos poderá descrever o júbilo que experimentou o santo patriarca vendo a sua esposa chegada ao céu com tanto triunfo e aclamada Rainha de todo o paraíso? Com que ternura devia lhe dizer então: Ah! Senhora e esposa minha! Quando poderei chegar a agradecer quanto devo ao nosso Seus, por ter-me dado por esposa a vós, que sois a sua verdadeira Mãe? Por vós eu mereci na terra assistir à infância do Verbo Encarnado, tê-lo tantas vezes nos braços e dele receber graças especiais. Sejam sempre benditos os momentos que gastei na vida a servir a Jesus e a vós, minha santa esposa! Eis o nosso Jesus, consolemo-nos que já não o vimos agora deitado numa manjedoura sobre palhas, como nós o vimos nascido em Belém; já não vive pobre e desprezado, como outrora viveu conosco em Nazaré; já não está pregado num patíbulo infame, no qual morreu pela salvação do mundo em Jerusalém. Mas agora está sentado à direita do Pai, qual Rei e Senhor do céu e da terra. E eis que nós, Rainha minha, não nos separaremos mais dos seus santos pés, a louvá-lo e amá-lo eternamente.
 
Finalmente vieram saudá-la todos os anjos. A todos a excelsa Rainha agradece a assistência que lhe haviam prestado na terra. Primeiramente lhe recebe os agradecimentos o arcanjo São Gabriel, o feliz mensageiro de sua ventura, ao anunciar-lhe sua escolha para Mãe de Deus.
Depois, de joelhos, a humilde e santa Virgem adora a majestade divina e abisma-se no conhecimento do seu nada. Agradece a Deus todas as graças que por mera bondade lhe havia concedido, especialmente de a ter feito Mãe do Verbo Eterno. Imagine e compreenda agora, quem o puder, com que amor a Santíssima Trindade a abençoou! Quem nos descreverá o afável e afetuoso acolhimento que fez o Pai Eterno à sua Filha, o Filho à sua Mãe, o Espírito Santo à sua Esposa! O Pai a coroa, participando-lhe o seu poder, o Filho a sabedoria, o Espírito Santo o amor. As três Pessoas divinas, colocando-lhe o trono à direita de Jesus, a declaram Rainha universal do céu e da terra. Aos anjos também ordenam, e a todas as criaturas, que a reconheçam por sua Rainha e como tal a sirvam e lhe obedeçam.

Fonte:
Viewing all 2932 articles
Browse latest View live


<script src="https://jsc.adskeeper.com/r/s/rssing.com.1596347.js" async> </script>